Transtorno bipolar: da genética à reabilitação psicossocial
“O conceito do que definimos atualmente como transtorno bipolar vem do século 19 e está intimamente ligado à presença de um ou mais episódios de mania ao longo da vida. Ao descrever os pacientes com folie circulaire, em 1854, Falret já enfatizava a importância dos fatores hereditários predisponentes, curso, prognóstico e adaptação dos pacientes na sociedade.
"Passados 150 anos desta importante descrição, continuamos na busca de conhecimentos mais aprofundados sobre a doença. Hoje sabemos que a prevalência do transtorno bipolar tipo I se situa entre 1,0 e 1,6% da população. Apesar de ser menos prevalente do que o transtorno depressivo unipolar, o transtorno bipolar está associado a um início mais precoce, maior incapacitação dos pacientes, elevada taxa de recorrência e cronicidade."
"Os custos diretos (diagnóstico e tratamento), assim como os indiretos (perda de produtividade no trabalho, mortalidade por suicídio), são imensos, além do sofrimento gerado nos indivíduos e suas famílias.”
“Nos últimos 10 anos, assistimos a um aumento no reconhecimento do transtorno bipolar como um transtorno de grande importância de saúde pública (OMS, 1990). O conhecimento sobre o diagnóstico e o tratamento vem sendo divulgado amplamente em publicações especializadas. Em julho deste ano, o New England Journal of Medicine, um dos mais influentes jornais na área de Clinica Médica, publicou um artigo de revisão sobre transtorno bipolar.1 Portanto, nada mais atual do que a decisão da comissão editorial da Revista Brasileira de Psiquiatria de publicar um suplemento sobre o assunto.”
Revista Brasileira de Psiquiatria
versão impressa ISSN 1516-4446
Rev. Bras. Psiquiatr. v.26 supl.3 São Paulo out. 2004
doi: 10.1590/S1516-44462004000700001
FONTE: ://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44462004000700001&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
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