quinta-feira, 12 de maio de 2011
Genoma Humano
O Projeto Genoma Humano (Human Genome Project, HGP) é uma das maiores façanhas da história da humanidade. Ele é traduzido como um esforço da pesquisa internacional para seqüenciar e mapear todos os genes dos seres humanos, que no seu conjunto é conhecido como genoma. Integrado ao HGP, esforços semelhantes vêm sendo empregados para a caracterização de genomas de vários outros organismos, uma vez que a maioria dos organismos vivos apresenta muitos genes que são similares ou homólogos, ou seja, com funções semelhantes. A identificação das seqüências e das funções dos genes destes organismos se traduz no potencial para explicar a homologia dos genes nos seres humanos, portanto podendo ser usados como modelo animal na pesquisa biomédica.
O material hereditário (genoma) de todos os organismos multi-celulares é a molécula dupla hélice de ácido desoxirribonucléico (DNA – deoxiribonucleic acid), que contém todos os nossos genes.
O material hereditário (genoma) de todos os organismos multi-celulares é a molécula dupla hélice de ácido desoxirribonucléico (DNA – deoxiribonucleic acid), que contém todos os nossos genes.
O HGP, iniciado formalmente em 1990 e projetado para durar 15 anos, tinha como principais objetivos: determinar a ordem, ou seqüência, de todas as bases do nosso DNA genômico; identificar e mapear os genes de todos os 23 pares de cromossomos humanos; armazenar essa informação em bancos de dados, desenvolver ferramentas eficientes para analisar esses dados e desenvolver meios de usar esta informação para estudo da biologia e da medicina.
O HGP começou como uma iniciativa do setor público, tendo a liderança de James Watson, na época chefe dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH). Numerosas escolas, universidades e laboratórios participam do projeto, usando recursos do NIH e Departamento de Energia Norte-americano (DOE).
Basicamente, 18 países iniciaram programas de pesquisas sobre o genoma humano. Os maiores programas desenvolvem-se na Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia, Dinamarca, Estados Unidos, França, Holanda, Israel, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Suécia e União Européia.
Com a entrada da iniciativa privada no Projeto Genoma, dando preferência a uma abordagem dirigida apenas aos genes que apresentam interesse para a cura de doenças, o setor público passou a rever seu cronograma e o processo de seqüenciamento foi acelerado. Em fevereiro de 2001, simultaneamente ao anúncio da empresa norte-americana Celera, o PGH anunciou o primeiro esboço contendo a seqüência de 3 bilhões de pares de bases, cerca de 90% quase completos do código genético humano. O número de genes existentes, segundo os cálculos de ambas as equipes de pesquisadores, são pouco mais que 30 mil, significativamente menor do que inicialmente se pensava (50 a 140 mil genes). Os resultados foram publicados em duas revistas diferentes. A revista inglesa Nature publicou o trabalho dos pesquisadores do PGH, liderados por Francis Collins, atual diretor do NHGRI (National Human Genome Research Institute), e a norte-americana Science, o trabalho dos pesquisadores da Celera, liderados pelo cientista Craig Venter. Com previsão para terminar em 2003, dois anos antes do que inicialmente se pensava, Francis Collins chamou a publicação da seqüência quase completa do genoma humano em 2001 como “the end of the beginning” . E explicou em recente artigo do NHGRI: “ A compreensão crítica da expressão gênica, a conexão entre as variações de seqüência e o fenótipo, as interações proteína-proteína em grande escala e a análise global da biologia humana poderão acontecer agora ... Para mim, como médico, o verdadeiro resultado do HGP será a possibilidade de melhorar o diagnóstico, tratamento e prevenção das doenças e a maioria dos benefícios que ainda estão por acontecer para a humanidade. Com esta imensa variedade de dados de seqüências nas mãos, nós estamos aptos para alcançar aqueles propósitos que jamais poderíamos imaginar há alguns anos.” (Francis S. Collins. Genomics: the coming revolution in medicine.pdf; From Global Agenda, the magazine of the World Economic Forum Annual Meeting 2003).
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Fibrose cística e infertilidade masculina
A infertilidade está associada a várias condições genéticas e não-genéticas, como hipogonadismo ( defeito no sistema reprodutor que compromete a função dos testículos ), anormalidades no trato genital, infecções, doenças crônicas, medicação, exposição a agentes químicos e varicocele ( formação de varizes em veias da região do escroto, onde se alojam os testículos; a diletação dessas veias prejudica o fluxo sangüíneo no local, produz acúmulo de substâncias tóxicas e aumento da temperatura na área).
Anormalidades genéticas são encontradas em homens cujo espermograma não pode ser explicado. Na oligozoospermia severa, o número de espermatozóides e igual ou inferior a 10 milhões por ml de sêmen; na azoospermia, há total ausência de espermatozóides no sêmen.
A secreção de eletrólitos e água pelo epidídimo é muito importante na formação de um ambiente adequado para a maturação e o transporte dos espermatozóides. Esse processo é interrompido por uma doença genética grave, a fibrose cística (FC), causadas por mutações no gene conhecido como CFTR.
Embora se trate de uma doença monogênica ( que afeta um único gene ), estudos que fazem correlação entre o genótipo ( conjunto de genes de um indivíduo ) e fenótipo clínico ( características externas de um indivíduo ) mostram uma relação complexa, pois algumas características são determinadas pelo conjunto de genes desse indivíduo em um modelo essencialmente monogenico e outras são influenciadas por fatores genéticos modificantes e ambientais. Os modificadores genéticos são genes que, sozinhos, não causam doenças, mas afetam seu grau de desenvolvimento, tornando-as mais graves.
A doença envolve inicialmente celulas do intestino, sistema respiratório, pâncreas, vesícula biliar e glândulas sudoríparas. A baixa liberação de muco ou a produção excessiva desse mesmo muco causam doença obstrutiva no pulmão e infecção bacteriana crônica.
Figura: baixo número de espermatozóides( igual ou inferior a 10 milhõespor ml de sêmen) é responsavel pela oligozoospermia severa.
Patricia Ribeiro dos Santos e Katia K. V. de Oliveira Moura
Departamento de Biologia e Biomedicina, Universidade Católica de Góias e Núcleo de Pesquisas Replicon.
Ensaio, GENÉTICA Mutações impedem o desenvolvimento normal de estruturas do órgão reprodutor masculino.
Revista Ciência Hoje, Vol.43, Nº. 254, Pag. 62
Anormalidades genéticas são encontradas em homens cujo espermograma não pode ser explicado. Na oligozoospermia severa, o número de espermatozóides e igual ou inferior a 10 milhões por ml de sêmen; na azoospermia, há total ausência de espermatozóides no sêmen.
A secreção de eletrólitos e água pelo epidídimo é muito importante na formação de um ambiente adequado para a maturação e o transporte dos espermatozóides. Esse processo é interrompido por uma doença genética grave, a fibrose cística (FC), causadas por mutações no gene conhecido como CFTR.
Embora se trate de uma doença monogênica ( que afeta um único gene ), estudos que fazem correlação entre o genótipo ( conjunto de genes de um indivíduo ) e fenótipo clínico ( características externas de um indivíduo ) mostram uma relação complexa, pois algumas características são determinadas pelo conjunto de genes desse indivíduo em um modelo essencialmente monogenico e outras são influenciadas por fatores genéticos modificantes e ambientais. Os modificadores genéticos são genes que, sozinhos, não causam doenças, mas afetam seu grau de desenvolvimento, tornando-as mais graves.
A doença envolve inicialmente celulas do intestino, sistema respiratório, pâncreas, vesícula biliar e glândulas sudoríparas. A baixa liberação de muco ou a produção excessiva desse mesmo muco causam doença obstrutiva no pulmão e infecção bacteriana crônica.
Figura: baixo número de espermatozóides( igual ou inferior a 10 milhõespor ml de sêmen) é responsavel pela oligozoospermia severa.
Patricia Ribeiro dos Santos e Katia K. V. de Oliveira Moura
Departamento de Biologia e Biomedicina, Universidade Católica de Góias e Núcleo de Pesquisas Replicon.
Ensaio, GENÉTICA Mutações impedem o desenvolvimento normal de estruturas do órgão reprodutor masculino.
Revista Ciência Hoje, Vol.43, Nº. 254, Pag. 62
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